30 de agosto
Polaroide
Pra nós que estamos acostumados ao aparelho celular dispondo de uma câmera digital, fica até difícil acreditar que houve no passado uma câmera chamada de polaroid que fotografava e instantaneamente revelava a foto. Coisas de 20 segundos e a foto colorida estava na mão. As câmeras normalmente só fotografavam. O usuário teria de ir a uma loja, geralmente um quiosque no shopping e comprar um rolo de filme virgem, inserir dentro da câmera fotográfica e fazer as fotos. Depois teria que rebobinar o filme com cuidado para não expor à luz e enviar para um laboratório que iria revelar as fotos e imprimir em papel fotográfico definitivo e entregar ao fotógrafo, fosse ele amador ou profissional, o processo era sempre o mesmo. Mas eis que surgiu no mercado, criada por uma firma americana de nome Polaroid, uma nova máquina fotográfica que fazia as fotos e as revelava na hora. Foi um sucesso total, porque eliminava aquela espera entre fotografar, enviar para o laboratório e depois de três dias pegar de volta as fotos pelas quais você pagava duas vezes: pagava quando comprava o filme virgem e pagava quando mandava revelar e copiar as fotos, sem falar que sempre havia o risco de perder tudo por algum descuido do fotógrafo que abria a máquina inadvertidamente ou pelo funcionário do laboratório que errava no processo e punha a perder as fotos do cliente. Havia várias marcas de câmera que faziam fotos instantâneas, mas a mais conhecida era mesmo a Câmera Polaroid. O processo de fotografar com câmera instantânea se tornou muito conhecido a partir do ano de 1948 quando Edwin Herbert Land criou a primeira câmera instantânea e sua empresa tentou também criar a máquina de filmagem de filmes movimentados também instantâneas, com o nome de Polavision, mas perdeu o tempo e entrou tardiamente no mercado quando as câmeras de vídeo já estavam chegando para desbancar todo processo fotográfico anterior. A mesma coisa aconteceu com as câmeras digitais que entraram no mercado atrasadas e os celulares atropelaram as câmeras digitais de modo que hoje até essas câmeras são obsoletas. Até aqui em casa há duas delas jogadas nalguma gaveta e o celular é que fotografa tudo. Em 2008 a Canadense Polaroid fechou as portas e virou saudades para os aficionados em fotografia instantânea. O filme de cinema instantâneo e a câmera fotográfica digital perderam a hora certa para entrar no mercado e quando entraram já estavam ultrapassadas e ultrapassadas ficaram até hoje. Para elas, foi-se a oportunidade. E nós, será que estamos aproveitando a oportunidade de entrar para a vida eterna a tempo? Não se daria o caso de estarmos já atrasados e perdendo o prazo de tomar uma decisão pela vida? É um caso a pensar seriamente.