1.Abertura 23 a 29 de maio
Verso para memorizar:
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos” (Sl 19:1)
Muitos pensadores importantes foram inspirados pelas Escrituras a investigar o mundo criado por Deus. Como resultado, nasceu a ciência moderna. Após a Revolução Francesa, a ciência do século 19 passou de uma cosmovisão teísta para uma cosmovisão fundamentada no naturalismo e no materialismo.
Essas ideias filosóficas foram popularizadas por Charles Darwin, em seu livro A Origem das Espécies (1859). Desde essa época, a ciência tem se distanciado cada vez mais de seu fundamento bíblico, resultando em uma reinterpretação radical da história do Gênesis.
Comentário
O impressionante relato bíblico tem intrigado pensadores até os dias de hoje por apresentar fatos que ora corroboram com o pensamento científico e ora desafiam o pensamento comum pela sua linguagem metafórica, porém independente da forma, sempre inspirado pelo Espirito de Deus, o que garante ao mais sincero estudante a coerência e beleza interpretativa da narrativa bíblica.
2- Uma Terra Plana
Verso: Apocalipse 7:1
E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.
Comentário
Mesmo a bíblia não sendo um livro de propósito científico a mesma se fez valer de citações a frente do seu tempo sobre a percepção humana diante do universo revelado, e tal percepção impressiona quando oportunamente se comprova o exposto científico. É claro que por vezes em virtude da estrutura literária, que se apresenta metafórica e simbólica, há o risco de incorrer em conclusões precipitadas ou nada científicas como a afirmação de que a terra seria plana.
Sempre é bom lembrar que Deus optou, em sua misericórdia, para que a bíblia por meio da inspiração divina fosse escrita através da sua criatura, preservando as impressões humanas e, portanto, aceitar a cosmovisão do escritor a época, é coerente e de maneira alguma desmereceria a inspiração do texto bíblico.
Aplicação
A bíblia é a revelação de Deus ao ser humano, seu tema principal é a salvação da humanidade através do Messias Jesus Cristo, sua simplicidade e profundidade devem ser o nosso propósito maior. Temas periféricos e especulações não devem fazer parte do desprendimento de nossa energia a menos quando em defesa da nossa fé e preservação da unidade do corpo de Cristo, onde para tal o princípio do amor é o norte.
3- A criação na literatura antiga
Verso: Gênesis 1:27
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Comentário
O relato bíblico da criação descrito por Moisés apresenta diferenças marcantes, quando comparado a outros escritos antigos, dentre as quais destacamos a inversão de valores nos papéis da divindade e de sua criatura onde é perceptível o princípio escravocrata idealista do ser humano, em oposição ao propósito espiritual da comunhão da criatura com o seu Criador. Outro aspecto contraditório é a brutalidade pela qual as narrativas primitivas imprimem sobre a criação, diferentemente do processo de Elohim no qual a morte ainda não existia e nem outrora o pecado. E finalmente o maior de todos os princípios diferenciais que comprovam a inspiração divina no relato da criação, o amor.
Aplicação
Entender que não se pode reproduzir a história em laboratório, mas que pelas evidências históricas , linguísticas, sociológicas e culturais se pode identificar características comuns de uma mesma narrativa central, e que por sua vez paira sobre diferentes civilizações antigas onde geograficamente seria impossível em muitos casos, o encontro de seus povos, apenas nos traz a percepção da criação original e de um diluvio universal em comum com o texto bíblico.
Nossa fé apenas se fortalece ao constatarmos tais evidências, sendo ela a fé, a única e suficiente garantia de nossa experiencia relacional com Deus e sua palavra.
4- Gênesis versus paganismo
Verso: Gênesis 1:14
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
Comentário
No relato do gênesis cada ação criativa sugere um propósito, uma função e em nenhuma dessas ações o que foi criado exerce o papel de Deus ou reivindica adoração, daí o cuidado do autor na escolha das palavras ao se referir aos astros sol e lua como luzeiros e suas finalidades especificas. Quanto a criação do homem, é curioso perceber que os mitos pagãos são uniformes no propósito de criar o ser humano para alivio do trabalho dos deuses, enquanto o próprio Criador Elohim elege um dia para o descanso e não à escravidão de sua amada obra prima.
Aplicação
O distanciamento de princípios nas narrativas dos mitos pagãos e do gênesis, são evidencias suficientes da ação humana e do egoísmo das civilizações da época sobre o texto, este fato traz alivio e confirma ainda mais o plano original de Deus para a humanidade. O livre arbítrio, a vida eterna, o paraíso e sua perfeição são presentes idealizados no coração de Deus para a sua criatura e isso fortalece o partilhamento da fé no Criador.
5-A criação e o tempo
Verso: Gênesis 5:1 Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.
Comentário
Apesar de num primeiro momento percebermos as genealogias como meramente descritivas, existe todo um cuidado do autor quanto a cronologia dos fatos relatados no Genesis, bem como a preservação da profundidade teológica do texto. É através das gerações que confirmamos o cuidado de Deus com a linha do tempo, onde essa cronologia dos personagens passa a ser testemunha da criação em contraste com os milhões de anos da teoria evolucionista, é essa profundidade teológica das genealogias que apontam para a existência de um Criador e de um primeiro homem, Adão, com suas gerações subsequentes.
Aplicação
A coesão na descritiva genealógica fortalece a nossa fé e nos aproxima ainda mais do sentimento de retorno ao éden. Saber que Adão está tão próximo de nós e de que o plano da redenção foi implementado oportunamente, reforça o desejo do reencontro com o Deus Elohim, o nosso Criador.
6- A criação nas Escrituras
Verso: Romanos 5:14
No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
Comentário
O testemunho dos personagens bíblicos do novo testamento, bem como o testemunho do próprio Jesus Cristo, se referia ao gênesis como narrativa histórica, suas argumentações estabeleciam a defesa da veracidade bíblica tanto para o contexto imediato como para os cristãos que surgiriam em consequência dessa fé.
O entendimento da literalidade do gênesis, bem como de um Adão como primeiro homem a pecar, sustenta de igual modo a literalidade da existência de Jesus e seu plano salvífico. O que for diferente disso torna insustentável a coerência teológica cristã.
Aplicação
Contar com a autoridade do próprio Jesus ao citar o gênesis e seu relato histórico bem como aprender com o testemunho dos apóstolos, nos traz conforto e fortalece ainda mais nossa visão e coesão de fé. Falar de um Deus não contraditório deve nos motivar em defesa da propagação da nossa crença.
Deus nunca revelou aos mortais como exatamente realizou a obra da criação em seis dias literais. Suas obras criativas são tão incompreensíveis quanto Sua existência” (Ellen G. White, Spiritual Gifts [“Dons Espirituais”], livro 3, p. 93)
Se submeter a soberania de Deus é o que nos torna criaturas, do contrário não as seríamos, e esquivar-se desse pensamento autossuficiente é o que nos proporciona a maior de todas as bênçãos, viver plenamente em comunhão com esse Deus criador que nos ama e nos sustenta.
Deus seja louvado.
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Dr. Pedro Paulo F. Soares
Líder do Ministério de Saúde do UNASP – HT.